segunda-feira, 26 de setembro de 2011

A Fuga do Vampiro

Eis que me lembro de despertar, completamente aturdido e sem forças. Ainda me acho pensando nesse dia, envolto por tudo que estava por vir. Ao meu redor as chamas rugiam e consumiam o salão, iluminando tudo. Assim, pude ver com clareza quem havia segurado meu coração pulsante. Compridos cabelos negros caiam-lhe no rosto, o qual era mui belo e altivo. Seus olhos tinham cor de mel e seus lábios eram vermelhos como sangue.
-Sempre acreditei que anjos guiavam os mortos. - exclamei.
-Você não está morto. - respondeu Sofia, impaciente; mas ainda sim com uma doce voz.
Ela me desatou e percebi que estava acompanhada por um misterioso elfo que me observava também.
-Este punhal. - apontei para a arma que ela segurava. - Me pertence.
-Pegue. – disse entregando-o a mim com certo alívio.
Calmamente me aproximei de meu algoz que agora agoniava graças aos ferimentos causados pela explosão. Seu capuz havia caído e vi como era detestável a sua imagem. Pousei minha boca em seu ouvido e disse:
-Suas lembranças foram mandadas e acho que Ela vai ficar feliz em te ver. – sussurrei.
Sua expressão de dor logo se transformou em desespero, e ele tentava debilmente gritar. Com certa facilidade cortei lhe o pescoço e me deleitei com seu sangue quente que jorrava descontrolado. Não havia perdido a habilidade de matar. Sofia e seu companheiro olhavam com desgosto, contudo me esperaram até que eu me alimentasse decentemente.
-Quem serdes? – questionei.
-O que deve saber é que viemos resgatar nosso comandante; os outros estão a vasculhar a prisão. – Respondeu a voz firme que até então me era desconhecida. Meu mais profundo instinto me dizia sua resposta não era de todo verdadeira. Mas não havia tempo, profundos corredores e escadas infindáveis nos separavam da saída daquele lugar. Depois de uma longa caminhada, por uma janela cerrada de grades, observei o quão alto estávamos; numa das várias torres da prisão. Eu confiava que fosse a torre certa.
-Como sabia que eu poderia conjurar as magias de seu tomo? - perguntou-me Sofia, enquanto atravessávamos um longo corredor.
-Eu apenas... previ. – respondi novamente com um tom diferente em minha voz. Parei de frente a uma porta de ferro e continuei. -Esta é a sala de fundição. Nossas armas estão aqui.
-Previu?
-Foi aqui que retiraram a minha armadura. - Jamais esqueci aquele lugar. Na entrada, um desenho singular de uma cobra, um guerreiro e seu tridente.
-Agora, use seu trunfo novamente.
Ela assentiu e colocou a mão sobre a porta.
-
Ignis Esclarecer! – Gritou. No mesmo instante, a porta foi estourada e arremessada para longe e as paredes se romperam em chamas por todas as partes. Nós avançamos sobre os destroços olhando para o fundo de onde fora uma sala comprida. 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Abriram passagem e arrastaram-me para dentro de um salão horrendo, repleto de defuntos. Muitos desfigurados ou faltando partes.
Naquele momento me senti finalmente aliviado; era chegada minha hora e eu me despedia deste mundo.
Depois de me amarrarem em uma mesa de pedra, os espectros saíram dando risadas e gemendo entre si. Apenas um distinto dos outros e encapuzado, ficou. Este era completamente aberrante; uma altura descomunal, protegido por uma bela armadura prateada e em posse dum enorme machado negro. Ele se aproximou da mesa e disse com desdém:
-Este é o poderoso vampiro que encarou a própria morte? Mande lembranças a ela! 
Assim desembainhou um comprido punhal o qual logo reconheci.
-Seu ladrão asqueroso! – berrei.
Imediatamente senti um golpe de força assustadora que deixaram minhas lembranças seguintes turvas e confusas. O aço frio entrava em meu peito perpetrando um corte mortal. E com grande destreza perfurou ainda mais fundo, arrancando-me o coração. Senti prazer em cada corte, cada incisão, feito por minha própria arma; tremi em êxtase. Estava morrendo e tão logo vieram trevas. Não saberia dizer o tempo que se passou, anos ou segundos poderiam ter transcursado. Não era algo como adormecer, não era nada. A eternidade do fim, um descanso puro e etéreo para uma alma corrompida.
  Então um raio de luz rasgou a débil escuridão que reinava. Houve uma explosão fazendo com que pedras e corpos se misturassem no ar. Senti que algo pesava em meu peito, como se segurassem meu próprio coração. Não havia sinal de meu algoz e meu punhal estava em outras mãos.

domingo, 18 de setembro de 2011

-O que te faz pensar que não faria? – Num tom desafiador


Então algo me veio à mente, como resposta àquela pergunta:


       Durante séculos criei,
       incontáveis versos mortais.
       E os meus inimigos amaldiçoei,
       os quais não me perturbam mais.

       Estive em um sonho profundo,
       onde tristeza e dor dominaram o mundo,
       onde o sol não retornava de manhã 
       onde não restou mente alguma sã.
                                                                                                                                                                                                
       Mas o futuro é incerto,
       e jamais vão lhe prever.
       Só foi pré-destinado correto,
       que vamos morrer.
                             
       E sem a morte que graça haveria?
       Condenado ao tédio eterno seria.
       Desejo agora uma estaca no peito,
       E assim, descansar com paz em meu leito.

       O fim está chegando,
       nem eu escaparei.
       Ouvi O Mal celebrando,
       o retorno de seu Rei.


Embalado pelo momento ou mesmo enfeitiçado por aquela bela voz que ainda ressoava em minha cabeça, desfaleci.

Acordei com o barulho que a pesada porta de ferro fez ao ser aberta pela segunda vez naquele dia quente de verão. Uma luz vermelha entrou abundantemente pelo recinto e vozes esganiçadas surgiram junto:
-Vampiro! Sua hora chegou. - e enquanto isso foi dito, inúmeras mãos asquerosas me desatavam e me punham de pé.
-Espere! - gritei. - Deem-me um último pedido.
E apesar do meu estado decadente, ainda havia imponência no meu falar.
-Diga verme. – gemeu uma voz nojenta.
-Gostaria de entregar algo para esta donzela. - e sem resposta alguma, me dirigi para onde supostamente ela estaria. Quando já pude ouvir sua respiração suave, me agachei e tentei me aproximar ao máximo. Senti sua pele quente e macia, e tão logo tentação de mordê-la.
-Tome, é apenas um livro, porém encantador. - sussurrei com um tom distinto em seu ouvido.

Impacientes, os guardas me chutaram para fora, berrando numa língua desconhecida, possíveis maldições e zombarias. Durante muito tempo me guiaram através de corredores e escadarias e tudo o que eu via era o clarão vermelho das tochas incandescentes. Horas decorreram e já acostumado com a luz, pude ver os guardas que me seguravam. Eram seres disformes que traziam consigo o fedor da morte. Amaldiçoados por longos anos perderam suas formas e se tornaram sombras, escravas de suas vontades dementes. Eles eram numerosos e bem armados, uma comitiva comum para escoltar um prisioneiro perigoso. Mas naquele estado eu não representava perigo algum. Estava em pele e osso, sem minha arma e armadura e principalmente, sem meu livro mágico.
 De súbito, pararam de frente a um portão.
-Sua viagem termina aqui. - um guarda disse. 

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Finalmente Morto!

'Verão de 643

Em meu quarto fétido, esquecido, desconfortável e escuro, havia uma pequena janelela no alto, por onde diariamente o sol cegava meus olhos por algum tempo. Nada agradável, mas o que poderia eu fazer? Dominado pelo tédio, com o tempo, passou a ser um momento único para mim; uma diversão, uma brincadeira, excitante, meu orgasmo melancólico.
Certo dia, não por mero acaso penso eu, a porta foi escancarada com violência. Nesse exato momento, eu era cegado pela luz penetrante do sol, e assim, não vi o que se passou. Enquanto eu lutava pra enxergar algo, houve um baque, como se algo tivesse sido arremessado com grande brutalidade para dentro da cela.
Logo a porta voltou a ser fechada e um choro penoso surgiu em meio à escuridão. Não tive esperanças que me tirassem dali, mas fiquei intrigado com a nova companhia; havia um novo sabor no ar. Nunca me esqueci daquele perfume.
Em meio às trevas, o choro persistia, intenso e convulsionado. Como um rio que nasce no alto da montanha e vai ganhando força à medida que desce, aquele choro fez com que eu lembrasse de que ainda havia sentimentos, mesmo que longe de mim. E logo a curiosidade me consumiu.
-Porque choras criança? - Perguntei instintivamente.
Ela não respondeu e nem o choro cessou. Ficou ainda mais intenso e tristonho.
-Acalme-se minha jovem. Não queres entristecer a um velho moribundo. -
Como resposta, o choro aos poucos cessou, se transformando em fortes soluços.
-Haverá algum velho com voz tão jovial ou algum moribundo com tanta força no falar? – Respondeu-me uma voz doce e amável; porém bastante angustiada.
-Não se iluda. Sou um vampiro. O mais velho de todos vivos. Tão velho que estou farto da vida. Mas ainda não me respondeste o que te afliges?
-Ora, não hei de falar a meu respeito para um estranho. - disse a moça com firmeza.
-Desculpe meus maus modos. Mas nomes não significam muito. Na verdade de nada servem se não souberes Quem sou.
-Insisto em um nome.
-Julius. E teu nome, qual é?
-Como vou saber que está falando a verdade?
-Não vai. Cabe a você acreditar ou não.
Ela pensou durante certo tempo:
-Sofia. - respondeu de supetão.
-Ó, que belo nome! Diga-me, Sofia, por qual motivo estava aos prantos?
-Não vale a pena falar de nossos medos.
-Talvez a alegraria perceber que se nossos medos não conseguem nos calar, podemos enfrentá-los.
-Choro por saber que não pude.
-O choro é o protesto dos fracos.  -
-O desabafo da alma oprimida. -
-Não será assim por muito, logo morrerás aqui. – Afirmei com veemência.
-Suas palavras soam como veneno para mim.
-Porque temes a morte, acaso ela lhe fez algum mal?

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Capítulo I

Em um Quarto Escuro   

'Outono de 642

Acordei de meu profundo coma, e novamente me vi nu, estirado como um animal, atado a fortes correntes. Nada me restou dessa vida eternamente miserável que possuo. Sem forças para continuar, sem honra, coragem, sonhos, vontades; sem amor. Um corpo vazio esperando a visita da morte, a qual está incrivelmente atrasada para mim.
Hoje uma espécie de euforia me tomou, um pressentimento, talvez. Nada perto das visões e previsões que outrora me acompanhavam. Como sinto falta daqueles dias de glória que vi. Agora estou fadado a apodrecer e ser esquecido. Vi impérios ruírem e nascerem de suas cinzas; vi pessoas me abandonarem e também abandonei outras tantas; vi a morte em muitos olhos e a vi com os meus.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

E suas convicções, tão certo de que a terra gira, caem por terra quando o mundo parou.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

I'm back

Depois de voltar a escrever esse ano, postei bastante coisa aqui. Vindo pra patos, deixei o blog de lado pra voltar a escrever meu projeto de livro que, apesar de ter mais de quatro anos de ideia, está no terceiro capítulo pra terminar. Chama-se O Inimigo do Mal e é da época que os vampiros ainda não brilhavam no sol. Já ficou pronto na minha cabeça, mas a parte de colocar no papel ainda vai levar um tempo. Mando o que já foi feito pra algum interessado e sempre aceito ideias. Esses dias terminei de ler o primeiro livro da série As Crônicas de Gelo e Fogo, fantástico. Agora estou assistindo o seriado que não perde em nada e preciso de alguém pra ficar comentando sobre hahaha. Finalmente as férias do blog acabaram e termino aqui pedindo desculpas a legião de fãs desolados pela pausa nas postagens.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Descompasso

Pequenas luzes pairam acima de nossas cabeças enquanto nossos corpos balançam desorientados. Pela janela, o céu já não mostra seus astros; é azul-claro e aurora, anunciando a vinda da estrela da manhã. Ela não me olha, não quando vê que estou olhando. Fica fitando o vazio, como se tivesse algo lá, como se estivesse lá. Murmuro qualquer coisa, ela ri; tudo muito bem ensaiado. Somos só mais um, um para outro. Não pertencemos àqui – pensei. A música ensurdecedora, ou série de intermináveis palavras que se repetem em demasio, ecoa em nossos ouvidos, implacável. Pergunto se quer beber algo. Ela faz que sim, nos damos às mãos e enfrentamos a multidão. Esbarrões e cigarros, e logo beber já não importa tanto. Queremos sair dali, aglomerado de apetites. Também tenho os meus, me misturo, me perco. Bem no canto, alguém nos observa. Talvez buscando sinais de felicidade ofuscados por fumaça e penumbra. Em vão. A bebida chega e desce rápida, insípida, enquanto nossos olhos se atravessam. Esboço um sorriso e digo que vou ao banheiro. Beijo-lhe a boca, macia e desconhecida. Não nos separamos, não estávamos juntos para tal. Porneia. O chão imundo, pegajoso. Me deparo com o espelho e desconheço  a figura pálida e sem foco. Saio e procuro ao meu redor, nada. Ninguém parece familiar, todos se parecem. Meus pés sentem e minha cabeça gira num descompasso. Se ela se fora, não sei, nem se existiu só em minha mente. Já não saberia distinguir. Lá fora um dia tão lindo e aqui dentro só escuridão. 

domingo, 29 de maio de 2011

Deveras

Entranhas queimam enquanto o hálito de fogo  passa e deixa sinais vívidos no que antes era algo inteiro. Assim fora intocável no começo, e inegavelmente puro, como a alma que se corrompe pouco a pouco ao ver todo o seu redor dançar aquilo que mais despreza e cospes em si por não haver revolta diante de tal. És tão culpado quanto como os que vê, cúmplice dos erros e defeitos mas visíveis. Estais só nessa jornada de mercenários e bruxas horrendas, entre espinhos e solidão, num berro a procura de entendimento e paz. Onde estariam as belas ninfas e dríades que rodopiavam a fogueira que construíste? Estupefato viste que todo o crescimento fora aparente e nem o amor tem sido completo diante do mundo. Mundo torpe, vil, irreal, hostil. Não era o plano, não espereis que ninguém se importe. Fim? Bem, querias que fosse. Mas nem fim o trará alento. O beijo antes doce, vira eterno sofrimento. A inocência chega ao fim, a dor; apenas começo. Deves ser forte, como sempre foste. Não só aparência, que tragicamente se desfaz em mil erradas conclusões, cheias de si, inteiramente vazias. Pedes clemência a  UM ser que desconheces, e busca plenitude no infinito. És tão sábio que quando notares a ausência do que mais precisa, é quando a terás perdido por completo. Negaria todo o seu eu por alguém? Não serias por tanto incapaz de ser? É como terminarás mais uma noite quimérica, só, perdido nas entranhas feridas por ti. Sonhaste; já passou. Mas a história não acaba, nem escolhes onde vais parar.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Aqui se abraça o inimigo como se fosse um irmão.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Imperfeito

Às vezes eu queria saber melhor como falar o que sinto. Fico preso naquelas frases que soam tão pueris. É um lado meu que confunde as pessoas mais próximas; talvez porque é com elas que sou mais eu. Pensei que dizer o que sinto era um sinal de fraqueza. Mas e se minha fraqueza for você?
Não vou desperdiçar o que temos por pequenas coisas, deslizes... a não ser que realmente estejam cheios de mim. Esse Trem que não tem nome (e por isso é tão especial) de repente apitou, partiu, e nos deixou para trás. Ficamos sem (nos) entender, sem norte, algo assim. Não sei mesmo pra onde ir. Só que nessa história continuamos um perto do outro, mesmo que distantes. A qualquer hora passa o próximo trem e aí? Não quero perder de novo. Não mesmo.

sábado, 21 de maio de 2011

When the music is over

Aurora chega e sinto frio
Espero, inerte, o fim.
Não há esperança para o coração vazio
Deito, só, sem mim.

Peço desculpa,
desminto,
Se tive culpa.
Nem sinto.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Innocence is Over.

Pensei em escrever sobre minha infância, descobertas, adolecência. Sem responsabilidade, falta de responsabilidade. Não me reconheço ou conheço; nem tenho pressa. E eu sei, nem vai mudar nada. Mas muda. Vivendo agora meus últimos intantes sem responder por meus atos, penso na lista das pessoas para liquidar (já com nomes riscados) que nunca fiz. Me presenteei com o que sempre quis, fui lá e pronto. Dois discos lindos. E daí que (quase) nunca vou escutar? Vou fazer isso todo ano agora. Lendo o que escrevi nos últimos três aniversários percebi quão poucas coisas a gente incorpora e traz para nossas vidas. E o resto, ficou em branco? Só ficam as escolhas, o caminho traçado e o que encontramos nele. Como é de costume, mostro como vejo a data que pensamos ser nossa. Parabéns, por quê? A parte do tudo de bom, felicidades, é mais compreensível. Apesar de serem desejos bem abrangentes. Mas eu não reclamo não, de tantos abraços, desejos, ligações e beijos. Aqueles velhos amigos reaparecem e por um segundo eu lembrei que já passei por muita coisa. Nem por isso me sinto mais velho, só amarrotado; é até melhor assim. É a hora certa para mudar, mas não sei se quero. Só se for sem perceber.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Só/mos/

A princípio, nada mudou.
Seguiu-se interrupção.
Não entendo o que sou.
Não sei quem são

Parecido, destoante
Presos num instante
Cansei, já foi.

Somos maiores, queremos além
temos pouco, louco, rouco.
Perdi a voz
tenho alguém.

domingo, 1 de maio de 2011

E o meu desejo se perdeu de mim.

Ó messias, dono de verdades irrefutáveis e estranhamente esmagadoras. Peço perdão nesta hora pois pequei. Pequei pois entre todos meus instintos (dos quais sei que és isento) me perdi em hedonismo e luxúria. Seis que lê o que se passa em meus profundos e sujos pensamentos de vil, mero mortal. Rogo por salvação e paz eternas, arrependido de meus desacertos, tão mal intencionados; agora percebendo meus apetites (e sua aversão, justificada pela pureza). Existir é penoso e fujo de sentir nas pequenas, pecaminosas e pertecentes à Asmodeus (onde certa hora pisarás) coisas.

Entretanto, discordo do discurso e necessito elucidação.

Fingir não se importar é aceitação.
Incômodo inerte implica conivência.
Ânsia é a sinceridade não consumada.
Diálogo engolido por nem tentar.
Ignorar é também fingir.

Sem querer sei que sentes.
Às vezes o não entender é que esclarece tudo.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Welcome home man.

Although I said that's not my habit write in english, the words flow easily this way. Traveling always inspires me. I belive that inspires every one if you dont get sick or sleep the whole time. These last four days I spent time with my family and folks, really good stuff. Perhaps I' am too nostalgic and saudosist now, but thats a good part of me. Life can't be fullfilled without people to love, care, worry and even, those you never know what kind of feelings you feel about. When I walked through the door, I felt home. The same mobile and smell, but a different air. An air which I no long make part. The same home, but another being. A visitant with new stories, expectations, a suitcase and oh! a moustache. Stories that include a reflex, too similar, but far to be an image. With thoughts and words and worlds. Also a new and great and indecipherable someone. This I'll try to describe later. No, better dont even try. The question here is: Where I do belong?

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Because a mainer to my vein
Leads to a center in my head
And then I'm better off and dead

I really don't care anymore

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Mutant Instinct.

Lately some questions have hammered my mind, essentially of existentialist nature. The kind of questions that my dad, when asked, would say ''Sometimes it's better stop asking and start living. Worry about questions that may enrich your life.'' And it makes me wonder even more.Which type of questions are these?
Is not part of my style, writing personal posts, nor in english (although my digressions are usually in english).


My most recent query to myself:
Few days can really change someone?
I would say no, but in my deepest thoughts I can't deny this. I've changed. My perspective is so increased, the part of what is called 'growing' that I never really understood. The fear of losing my identity always scared me a lot, until I realized that I never had one. Live is in itself, change, mutate. We have ours principles (or not), beliefs (or not again), but at least, main ideias, when well defined, an ideology. Never a constant form; people aren't archés. There is no be or not-be. Parmenides forgive me, but I don't care if the coming-to-be it's a sensitive ilusion, nothing proves that life ain't also one.
A song called 'ripples' clarifies so much:


While you're down a pool appears
The face in the water looks up
And she shakes her head as if to say
That it's the last time you'll look like today


Sail away, away
Ripples never come back...                ok, I'm too sleepy to continue.

Some other questions will appear and be posted here. Meanwhile I keep changing.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Had a friend, she once told me, you got love, you ain't lonely.

domingo, 17 de abril de 2011

Se acordo chateado, é porquê ainda não olhei no espelho pra dizer bom dia.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Incompleto.

Quis te ver sorrir. Te ver de perto, assim como realmente é. E tenho visto, e vivido, sem saber se o que é, tem sido mais do que eu devia querer. Quero matar essa dúvida insolênte, que veio sem ninguém pedir. E eu dizia, ''é sempre assim'', mas eu menti. Nunca foi assim. Nunca quis assim, ver alguém e querer seu bem, como se fosse meu. No meio de tanta gente, te encontro, tão doce, me perco. Olhos nos olhos e tudo fica claro, menos quem sou eu pra você.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Esse texto foi postado numa época em que não havia divulgação do blog e feito num tempo de muita clareza pra mim.


Encontre sentido na palavra
ainda que pareça estranha e perturbadora.
Mesmo em linhas tortas
o texto não cessa, não seca.
Tão certa e fria é a morte,
pelo teu pecado vil e cruel;
que através da palavra veio
e aquele que se viu no espelho,
se arrependeu de ir pro céu.
Sentiu o latente esmorecer
sem sentido, sem ser.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Wild thing, you make my heart sing



I wanna take you home, yeah I won't do no harm You've got to be all mine, all mine ooh Foxy Lady Foxy, Foxy.

You make me wanna get up and scream!







Ouvindo e aprendendo.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Poema Misto

Tenho duas formas de ver,
o que ninguém nem parou para olhar.
Queria eu assim ser,
da fumaça do cigarro fazer ar.

Estou preso,
estagnado em lugar nenhum.
E aqui me encontro
onde dois são um.

Uma porta pra fora
das correntes e vertentes.
Escravidão mental, outrora
sem querer sei que sentes.

Como proceder,
se sinto sem sentido?

(Versos pares por Rodrigo Lima)

domingo, 10 de abril de 2011

I can see what you see not.
Vision milky, then eyes rot.
When you turn they will be gone,
Whispering their hidden song.
Then you see what cannot be,
Shadows move where light should be.
Out of darkness, out of mind,
Cast down in to the Halls of the Blind.

sábado, 2 de abril de 2011

And I have become confortably numb.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Não era uma boa hora para conversa, mas ele insistia em ficar. Ela dizia que não, que havia chegado ao fim, passado do limite. Nunca seria uma boa hora. De forma que ele se levantou, inquieto, procurando algo em seu bolso. Ela abaixou a cabeça, num suspiro, cheio de tristeza pela forma que as coisas tinham desenrolado. -Mas e se eu mudar? - Indagou o jovem. Ela balançava a cabeça. -Eu gosto de você é assim...

sábado, 26 de março de 2011

Não tem forma melhor de enxergar o mundo do que, por algum tempo, calado.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Apreço

Entre o feito e o malfeito,
me pus em xeque, imperfeito.
Masdeísmo profundo, pungente,
em tão confusa mente.

Quis te falar uma verdade
Vieram as ideias, um texto
Que de tão ausentes tive saudade
Veio você, sem pretexto.

Houve um tempo perdido
sem palavras, sem sentido
Não havia muito de mim.

Pro recomeço
Meu apreço,
Precisei de um fim.




sábado, 12 de março de 2011

Aurora chega e perco meus sentidos
Chego, sento, espero.
Não há remenda para corações partidos
Deito, viro, me desespero.

Exijo que volte
que exploda,
Se revolte.
se foda.